10 de agosto de 2020

A2 diariodolitoral.com.br SEGUNDA-FEIRA, 10 DE AGOSTO DE 2020 (13) 3301-9777 editor@diariodolitoral.com.br publicidade@diariodolitoral.com.br twitter.com/diariodolitoral facebook.com/diariodolitoral instagram.com/diariodolitoral youtube.com/diariodolitoral 13. 99149-7354 JORNAL DIÁRIO DO LITORAL LTDA . Fundado em / / . Jornalista Responsável: Alexandre Bueno (MTB /SP . Agências de Notícias: Agência Brasil (AB), Agência Estado (EC), Folhapress (FP), Associated Press (AP), GB Edições (GB), Agência Senado (AS), Agência Câmara (AC) . Comercial e Redação: Avenida Senador Feijó, , cj - Vila Mathias - Santos - SP - CEP: . Fone: . . . Parque Grá co: Rua General Câmara, - Centro - Santos CEP: . - Fone: . . São Paulo: Rua Tuim, A - Moema, São Paulo - SP - CEP - Fone: . . Matérias assinadas e opiniões emitidas em artigos são de responsabilidade de seus autores. 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Richard Kimberly sobre: Prefeitura de Santos é questionada sobre mani- pulação de dados nos casos de Covid-19 Ignorância em seu estado mais bruto Esther Zancan sobre: Aos gritos de ‘mito’, Bolsonaro é recebido por multidão aglomerada em São Vicen- te Não dá pra acredi- tar que existe gente assim! Que ânsia Leila Nascimento sobre: Morador de condomínio diz que motoboy negro é ‘lixo’ e tem ‘inveja de sua cor’; veja POST IMPRESSO Para acessar a matéria no seu celular, basta que o seu Smartphone tenha uma câmera fotográfica e um leitor de QR Code instalado. Acesse a Play Store ou a Apple Store e baixe a ferramenta de forma gratuita. Depois, acesse o aplicativo e posicione o leitor sobre o código acima. Leia no site utilizando oQR Code Este espaço é destinado a você, leitor-internauta, para reclamar, comentar, sugerir, interagir... sobre seu bairro, sua cidade, nossas matérias, enfim, ele foi desenvol- vido com o objetivo de ser a voz da população. Só há um pedido: que atentem às palavras. As expres- sões ofensivas - que não sugerem melhorias à população - não poderão ser publicadas devido à nossa função pública. Comente em nossa página no Facebook. CHARGE O Brasil não trata bem seus escritores, cientistas, artistas, inventores e até esportistas. Isso já é sabido. Salve algu- ma exceção, como Ayrton Senna, atletas como João do Pulo e Leônidas da Silva, o inventor — ou um dos inventores — da bicicle- ta, foram esquecidos pelas novas gerações. Alberto “Santos Dumont” é apenas o nome do aeroporto doméstico do Rio de Janeiro. Os ísicos César Lattes e Mário Schenberg nem isso tiveram. Clarice Lispector é apenas uma escritora com quem alunos se deparam ao estudar para o Enem. A lista é enorme. Apesar desse desapego brasileiro com a memória, a semana que passou nos brindou com uma linda ho- menagem da prefeitura de Itajaí, em Santa Catarina, a um ilustre brasileiro, Juvêncio Alcântara, o homem que inventou o que considero ser a mais libertadora expressão do português do Brasil: “vai tomar no c...” Morto em 2008 aos 96 anos, o linguista mineiro con- ta que estava tomando água no bico de uma garrafa durante uma pelada. Um dos colegas de futebol quis gozar da cara dele e disse: “Vai tomar no copo!” Juve- nil, apelido de Juvêncio, rebateu: “E você vai tomar no c...!” A expressão pegou. Assim, o prefeito Volnei Morastoni (MDB) da cidade catarinense disse na última segunda-feira que poderia aplicar ozônio por via retal nos pacientes com Covid-19. Não pelo copo, não pelo bico da garrafa. E ele fez questão de frisar que a aplicação seria “com cateter ino” e “rápida, de dois ou três minutos por dia”. Apesar da homenagem a seu Juvên- cio ser louvável, o Ministério Público do estado e o Conse- lho Federal de Medicina não entenderam dessa forma. O primeiro recomendou ao prefeito não usar o ozônio nos pacientes, porque o seu efeito é desconhecido. Já o CFM disse que os médi- cos que adotarem a terapia para combater a Covid-19 podem sofrer uma ação do conselho de medicina de seus estados. A polêmica homenagem ganhou destaque no planalto central do País. Na segunda, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, se reuniu com um grupo que defende a aplicação retal de ozônio em pacientes com Covid-19. Pelo sim, pelo não, a pasta divulgou nota dizendo que não recomendava o trata- mento e que, inclusive, desde abril havia rechaçado a técnica por falta de comprovação cientí ica. Com o Brasil na casa dos 3 milhões de infectados e 100 mil mortos — números tão simbólicos quanto os 50 mil de óbitos e 1 milhão de contaminados a que chegamos no dia 20 de junho —, ninguém mais no País está tomando água no copo ou no bico da garrafa, como seu Juvêncio durante a famosa pelada. Estamos mesmo é tomando água e outras coisas por onde seu Juvêncio e o prefeito de Itajaí sugeriram. Por im, ica a dúvida se esse ozônio inserido na população poderia retornar à atmosfera em forma de pum, ajudando a fechar o buraco na camada de ozônio. * FranciscoMarcelino, escritor e cineasta ARTIGO Francisco Marcelino O buraco de ozônio O ser humano bajula quem pode ajudá-lo. Despreza aquele que, eventualmente, venha a necessitar de ajuda. D esde cedo percebi que o ser hu- mano tende a ser imediatista e interesseiro. Bajula quem pode ajudá-lo. Despreza aquele que, eventualmente, venha a necessi- tar de ajuda. Por isso, mais de uma vez escrevi sobre a indisfarçável e escusa manobra de re- verenciar o poderoso, chamando-a “tática das homenagens”. É o assédio falso a quem dispõe de cargos, funções ou autoridade. O núcleo comum é a parcela de poder de que se poderá extrair qualquer proveito. Inclusive aquele de uma aproximação que traduza familiaridade com o núcleo decisório. Mero deleite da vaidade, a vã e inafastável companheira do ser humano invejoso. Raras, por isso, cada vez mais excepcio- nais, as iniciativas tendentes a cultuar vultos notáveis, que deveriam servir para recordar às gerações vindouras os verdadeiros valo- res, aqueles intangíveis e que não podem ser contabilizados no “toma-lá-dá-cá” das relações interesseiras. A preferência é cortejar quem está por cima. Aí vale tudo. Encontra-se fundamento e razão para as mais servis curvaturas da espinha dor- sal. Mas compare com a esperada troca de bas- tão. Aí é o recém-ungido o merecedor daquelas honrarias. Quem se ilude com o cordão bajulador se assusta ao ser afastado da cúpula, ainda que ela seja uma pequena, mísera expressão de poderio. Cumpre a quem está ascendendo recordar- -se da lição evangélica: vaidade, tudo é vaida- de. Ler com atenção o discurso sobre a vaidade dos homens, de Matias Ai- res. Lembrar-se da tão veraz lenda do asno que carregava relíquias na procissão e que acreditava que as genu lexões eram feitas para ele e não para o Santíssimo. Reler com carinho o conto do “Príncipe Feliz”, cuja estátua restou abandonada no decorrer de poucos anos e que serviu de pouso para uma andorinha que se con- doeu da tristeza de quem, depois de morto, enxergava a realidade de seu reino. Genial Oscar Wilde, a ex- primir a mesquinhez dos homens e a detectar, com tamanha sensibilidade, o signi ica- do das honras passageiras. Nenhuma perspectiva de salvação da alma da criatura racional que continua a compor- tar-se irracionalmente, na crença vã de que sobreviverá ao inal dos tempos e de que suas artimanhas conseguirão enganar a todos. * José Re- nato Nalini, presidente da Acade- mia Paulista de Letras Artigo Homenagens: só ao poder

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