18 de janeiro de 2021

B4 diariodolitoral.com.br SEGUNDA-FEIRA, 18 DE JANEIRO DE 2021 Por Vanessa Zampronho ESPECIAL PARA O DIÁRIO anexo@gazetasp.com.br PÓS-VACINA. Mesmo depois de tomar as duas doses, as pessoas deverão se proteger contra a Covid-19 até que boa parte da população seja imunizada PROTEÇÃO MÁXIMA Não podemos baixar a guarda: enquanto boa parte da população não for vacinada, os cuidados sanitários permanecem os mesmos. Afinal, não teremos muitas doses de vacina disponíveis para todo mundo. “É uma vacina desejada pelo planeta inteiro. Temos que encarar a sua produção do ponto de vista global, vacinas feitas para o mundo todo, com distribuição para o mundo todo de forma humanitária, correta, para corrigirmos esse problema, que é de saúde pública mundial”, diz a diretora da SBIm, Flavia Bravo. Enquanto isso, valem as recomendações, que previnem o vírus de se espalhar ainda mais: Vacina com máscara e álcool emgel N os últimos me- ses, a pergunta é: quando va- mos tomar a vacina contra o coronavírus? A ansieda- de se justi ica, a inal, desde que a pandemia começou, há quase um ano, ela fez governos suspenderem ou reduzirem atividades co- merciais e festas tradicio- nais foram adiadas, entre outras restrições. Mas não vai ser a vacina que vai tra- zer a vida normal de volta em um curto prazo. “Absolutamente não. Primeiro porque vacina não protege imediatamen- te, tem que dar um tempo para se proteger. Segundo, precisamos de duas doses. Uma dose não tem a prote- ção, somente depois de ter- minar o esquema de duas doses. E terceiro, porque você vai estar vacinado, o resto da população não, te- mos poucas doses e isso vai aumentar aos poucos”, alerta a diretora da Socie- dade Brasileira de Imuni- zações (SBIm), Flavia Bravo. Ela mesma explica por que. “O sistema imune tem que ter um tempo pra de- senvolver os anticorpos e atingir um nível de prote- ção. A resposta à primei- ra dose da vacina não se pode esperar alguma prote- ção antes de sete, dez dias, porque os anticorpos es- tão crescendo. Depois da segunda dose, a resposta é um pouco mais rápida, por- que nosso organismo faz uma memória, e responde num período mais curto”. Outro detalhe quando se fala em vacinação é que nem todos podem ser imu- nizados, ou porque têm alergias ou por terem algu- ma doença que comprome- te o sistema imunológico. E, para completar, nenhu- ma é 100% e icaz, ou seja, elas não protegem integral- mente todas as pessoas que foram imunizadas. “Para ter mais segurança, preci- sa ter a maior parte da po- pulação vacinada. Mesmo sabendo que nem todos es- tarão protegidos, a massa que se protegeu acaba pro- vocando a redução da cir- culação do vírus e indire- tamente protege as demais pessoas”. Apesar de hoje termos muito mais informações sobre o coronavírus, quan- do se fala em vacina, não sa- bemos quanto tempo dura a proteção que ela promo- ve – mesmo porque as pri- meiras em uso no mundo foram produzidas em tem- po recorde, o que é muito bom. “Vamos ter que obser- var qual é a duração das va- cinas, se vai ser necessária uma dose de reforço, ou se o vírus vai modi icar e as vacinas vão precisar ser al- teradas”. Assim, é di ícil estabele- cer um prazo para a volta das atividades. “Tudo vai depender da disponibili- dade de vacinas. No curto prazo, podemos ver algu- mas medidas de distan- ciamento sendo revisadas, mas isso vai ser gradual, pautado nas informações da ciência, e de acordo com a disponibilidade de doses, para que tenhamos mais segurança em relação à po- pulação. Não acredito que nos próximos seis meses esteja liberado geral, temos que vacinar muita gente”, diz a diretora da SBIm. Por isso teremos que ter um pouco de paciência e manter as recomendações das autoridades sanitárias. “O fato de você ter sido va- cinado com a primeira ou a segunda dose não é pas- saporte para a liberdade. Vamos ter que continuar usando máscara, o álcool gel, o distanciamento so- cial, observando a situa- ção epidemiológica do país, respeitando a nossa prote- ção e a de toda a população com quem a gente convive, e aguardar o resultado da vacinação”, completa. Lavar as mãos ou usar álcool gel; As mutações do corona- vírus que foram identifi- cadas, até agora, estão na proteína S, localizada na “capa” do vírus, em estruturas que se asse- melham a espinhos. São elas que se conectam às células, para depois contaminá-las. Até agora, as vacinas desen- volvidas se mostraram eficazes para proteger o corpo contra essas novas variantes. Mas, caso a mudança seja significativa, é possível adaptar os imunizantes. “Alguns têm tecnologias que permitemmudan- ças mais rápidas, outros um pouco menos, mas é possível alterá-los, para que elas atendam a alguma modificação completa do vírus. Já te- mos uma carga de infor- mação acumulada que vai acelerar o processo, caso seja necessário”, diz Bravo. VACINA VERSÁTIL Vacina previne contra a mutação do vírus Evitar contato comoutras pessoas; Usar máscaras, sempre; Ao tossir ou espirrar, cubra a boca. MARTA.RS Mesmo vacinadas, as pessoas ainda vão precisar usar máscaras e álcool gel, até que boa parte da população tenha sido imunizada e esteja protegida

RkJQdWJsaXNoZXIy NTg0OTkw